História roubada
"Rita é uma mulher nos seus trintas.
Sofre de uma insegurança doentia. Em cada relacionamento que tem, cria, logo à partida, a ideia de que vai ser traída. Sem procurar dentro dela a causa desta insegurança, para ser mais feliz com ela mesma, mais madura, Rita entretém-se a enfernizar a vida dos homens com quem está e das mulheres que rodam à volta desses homens.
Muito rapidamente, agindo entre a agressividade e a vitimização do "tão infeliz e má que eu sou", Rita, assim que começa um relacionamento com alguém, vasculha a vida privada do homem com quem está, até lhe retirar - porque obviamente eles assim o permitem - todos os contactos com outras mulheres suas amigas.
Com um medo brutal de ser traída, agride sistematicamente todos os companheiros (namorados, parceiros, o que lhe queiram chamar), invadindo a sua privacidade, vasculhando-lhes o passado, assumindo que até as mulheres passadas são ameaça para ela, considerando-os infiéis, chegando ao ponto de entrar em contacto com as amigas dele - que, com receio desta "fera", acabam por se afastar - para criar ali uma "amizade" com elas. Mantém as mulheres da vida dele sob controlo - fingindo-se muito cordial. No meio de todo este processo, Rita age com arrogância, prepotência, agride, critica, ralha e, no fundo, acaba por ser ela a trair primeiro.
Qualquer relacionamento com Rita está destinado a fracassar, à partida, porque para ela, amor é controlo, magoando as pessoas ao seu redor.
Não tem amigos do coração, não tem com quem desabafar. Principalmente mulheres, nem vê-las. São potenciais ladras do homem com quem ela está.
Como se um homem se pudesse roubar... sem o seu consentimento.
Como se todas as pessoas agissem de igual forma e todos os homens não soubessem dizer "não" quando é não.
Rita é tão doente que acaba por ser uma mulher extremamente só, triste e amarga."
Esta história foi emprestada pela PP dos Estranhos Amores .