Falta-me o sexo!
Mafalda queixa-se de falta de sexo.
Queixa-se da falta de sexo, "mas do bom".
À falta de definição de "sexo bom", Mafalda diz que não tem sexo nenhum. Mas que queria ter "do bom".
Casada há pouco tempo com o Bruno, eles eram inicialmente dois apaixonados. Mas Bruno sentia-se inseguro em relação ao sexo e não tomava iniciativas; Mafalda também não. Havia sexo, mas não era "do bom": o Bruno parece que faz um esforço imenso em fazer amor comigo, queixava-se ela. Daí que, aos poucos, Mafalda foi perdendo o "interesse", como ela diz.
Também aos poucos - não era sempre, mas às vezes - Mafalda sentia raiva e ficava zangada pela inactividade daquele homem. Depois, zangava-se com ela própria por não ser ela a tomar a iniciativa.
Chegaram a ter discussões em relação ao sexo. Ela chegou a perguntar-lhe porque é que ele não fazia amor com ela. Ele chegou a responder que não lhe apetecia a ele e, noutras alturas, não lhe apetecia a ela. Portanto, a responsabilidade era dos dois.
E, no entanto, Mafalda sentia-se mal, como se ele não a desejasse, não a quisesse. Zangava-se com ela mesma, outras vezes, por não gostar de tomar a iniciativa.
Aos poucos, Mafalda foi desistindo de Bruno.
E todos os dias ele continua a dizer-lhe que a ama. Muito. Todos os dias, várias vezes ao dia. Bruno não compreende quando ela lhe diz que não sente o amor dele - porque ela sente a falta do amor completo, com sexo "do bom".
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